Imo: eco-sistema interior

Pedro Ramos estreia na segunda semana de Novembro Imo: Eco-sistema interior, no Centro de Interpretação de Monsanto, nos dias 11, 12, 13, 14 e 15. Proveniente do Latim “imus”, Imo significa íntimo, profundo, ou âmago. Nos últimos anos o criador, tem dado primazia a uma pesquisa coreográfica que aborda o corpo enquanto tradutor e contentor de uma matéria viva, relacionando as diversas transformações da natureza com diferentes aspectos da experiência interior, expressos em diversas variações de estados de ânimo e transformações corporais. 

Procura em Imo: Eco-sistema interior, a experiência da espiritualidade, a superação do binómio homem-natureza através da afinação de uma presença particular que tem surgido no âmbito dos seus últimos trabalhos, numa forma particular de experimentar o corpo, induzida pela contemplação atenta da própria unidade psico-física, pela desaceleração da respiração, tarefas perceptivas, e composição delicada de micro-movimentos, e inspirados em certos organismos e ecossistemas.

Proveniente da construção de um imaginário mítico e simbólico, o coreógrafo desenvolve um novo formato de apresentação que cruza a linguagem da dança as artes plásticas e a ecologia profunda, no qual apresenta um objecto escultórico “vivo” do qual o próprio corpo faz parte e explorará o desafio de um percurso pelos labirintos da sua interioridade. Procurando o desenvolvimento do seu trabalho de corpo para um formato de instalação/ performance no qual o coreógrafo será também intérprete.

Datas

11, 12, 13, 14, 15 de Novembro 2020
Centro de Interpretação de Monsanto, Lisboa

Sinopse

Um pedaço de terra suspenso sobre as águas de um lago. De um corpo primordial surge, por separação, a criação de um novo ser, e de um novo espaço resultante da sua separação. O percurso esculpe o corpo no espaço sob um abismo de um lago-espelho, enquanto decalcamento do “corpo continente” existe uma composição que remete para o Caos, entidade ou princípio de onde provém o próprio corpo original (Gaia) Do reflexo de narciso, ao mergulho num abismo primordial na água que dissolve a forma no vasto.Metáfora visual de várias meta leitura possíveis, da relação entre o homem e a natureza, o mito sobre a sua criação e morte. 


Criação, Interpretação: Pedro Ramos / Assistência Artística: Sandra Rosado / Espaço Cénico: Pedro Ramos / Construção do Objecto Cénico e Co-Criação Plástica: Silveira Cabral / Composição Musical: Pedro Carneiro e Pedro Ramos / Produção Executiva: Xana Lagusi / Fotografia: David Cachopo / Vídeo: Luís Margalhau / Operação Técnica: Tânia Neto / Design e Comunicação: Nádia Carmo / Produção: Ordem do O / Apoios: Fundação Calouste Gulbenkian, Câmara Municipal de Lisboa